O transplante capilar é um dos procedimentos mais procurados, segundo o Google Trends, ferramenta do Google que mostra os mais populares termos buscados recentemente. Desde 2004, essa técnica tem representado 48,43% das pesquisas relacionadas a transplantes, seguida por medula, coração, renal, córnea e fígado.
O CENSO 2023, conduzido pela Associação Brasileira de Restauração Capilar, revelou dados valiosos para profissionais de saúde e pacientes sobre a crescente demanda por transplantes capilares no Brasil.
A busca pelo transplante capilar segundo o CENSO ABCRC 2023
Os dados coletados destacaram não apenas a popularidade crescente do transplante capilar, mas também a sua importância como solução para uma variedade de preocupações relacionadas à saúde capilar.
Os resultados do censo forneceram uma compreensão mais profunda dos perfis dos pacientes e suas motivações para buscar o procedimento. Os resultados mostram que 80% enfrentam a queda de cabelo de origem genética, 10% sofrem com queda induzida por medicamentos, questões nutricionais, hormonais ou problemas dermatológicos, enquanto 5% procuram por reconstrução e outros 5% por cirurgia pós-cosmética.
Índice preocupante: mercado paralelo
Outro dado importante revela que 12% dos profissionais filiados à ABCRC atenderam pacientes que buscavam correção de cirurgias anteriores realizadas por profissionais não qualificados ou em clínicas clandestinas.
Desses casos, 15% exigiram a repetição do procedimento. O atual presidente da associação, Dr. Henrique Radwanski, ressalta a importância vital para os pacientes de sempre procurarem um médico especializado ao considerar tal procedimento: “No Brasil, a maioria dos profissionais habilitados e reconhecidos para a realização do transplante capilar é dermatologista ou cirurgião plástico, ou seja, profissionais que realizam o procedimento em clínicas e hospitais devidamente preparados, com equipes de saúde competentes e treinadas, e com acompanhamento clínico após a cirurgia”.
Aumento dos profissionais na área
A pesquisa também destaca que 61% dos médicos associados à ABCRC, especializados em cirurgia plástica e dermatologia, dedicam-se exclusivamente aos transplantes capilares, evidenciando o crescente interesse nessa área entre os profissionais de saúde. Dos 68 profissionais entrevistados, a média de procedimentos realizados por ano por cada um foi de 96, totalizando mais de 6 mil transplantes capilares em todo o Brasil em 2022.
“É um número significativo que reforça que o brasileiro tem buscado mais cirurgias dentro do país, e o motivo principal é porque temos profissionais altamente qualificados aqui. Além disso, ter o médico perto para acompanhar o pós-operatório e toda a recuperação faz toda a diferença”, ressalta Dr. Henrique Radwanski.
À medida que a procura pelo transplante capilar continua a crescer, a ABCRC está empenhada em liderar o caminho, fornecendo orientação e suporte para profissionais de saúde e pacientes em todo o Brasil.
Uma história e uma realização:
Embora saudável, com deficiências vitamínicas, Anderson Marchiori, servidor público, conta que nos últimos anos a queda de cabelos aumentou, e após, vários exames constatarem alterações iniciou o tratamento. “O mais interessante para a minha surpresa é que o tratamento clínico começou a dar resultados, porém a parte que eu perdi o cabelo não tinha como recuperar, mas começou a crescer, diminuindo a queda, comecei a dar mais atenção no geral, retomei as atividades físicas, reposição de vitaminas e exames voltando a normalidade”.
As causas para o problema podem ser das mais diversas, como estresse, reação hormonal, medicamentos, uso inadequado de algum produto, deficiência de proteínas ou de substâncias como ferro, zinco e biotina, além de doenças como hipertireoidismo, hipotireoidismo, sífilis secundária ou líquen plano, entre outras.
“Um pouco preocupado com o visual, diante de várias entrevistas que fui fazendo e vídeos, comecei a sentir um incômodo, assim comecei a fazer (entrevista) de capacete e de boné, foi aí que percebi que a saúde emocional e psicológica abala. Em contato com amigos que fizeram o transplante capilar me incentivaram, então me programei e fiz”, conta Marchior.
A médica explica que o tratamento da alopecia depende de qual tipo a pessoa apresenta. “O ideal é sempre consultar um médico dermatologista ou tricologista, para que ele avalie qual o melhor método para minimizar a perda intensa dos fios”, conclui.
Foto: arquivo pessoal