Durante o mês de julho a causa das hepatites virais são tratadas com maior visibilidade. No Brasil, o maior número de casos fica por conta das hepatites A, B e C. A hepatite D é mais rara, só contamina se o paciente já for portador de hepatite B e está presente em alguns locais no Brasil, como a bacia amazônica, mas no território nacional tem pouca expressão. A Hepatite E aparece mais em surtos esporádicos e também tem pouca relevância no país.
As hepatites virais podem não ter quaisquer sintomas e serem detectadas em exames de sangue, porém, o paciente pode apresentar cansaço e até o amarelão (amarelo nos olhos e na pele), urina na cor preta e fezes de cor esbranquiçada.
A hepatite B é considerada uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) e seu contágio pode ser por vias sexuais, por via sanguínea (uso de seringas ou drogas compartilhadas) e de mãe para filho durante a gestação e parto.
De acordo com a hepatologista, dra Letícia Araújo Vazquez, em 95% das pessoas, ela evolui para cura, porém deixa uma marca no fígado que aumenta o risco para câncer de fígado e ela pode retornar se a imunidade for suprimida por alguma razão (transplante, quimioterapia, etc), 5% evolui para doença crônica que pode levar a cirrose e câncer de fígado. O tratamento não é elegível para todos, pois devem ser cumpridos os critérios para o caso, se indicado, o tratamento será por um longo período, podendo chegar a ser pela vida toda.
“A Hepatite C é adquirida principalmente por via sanguínea (uso de seringas compartilhadas, transfusões antes de 1993, drogas injetáveis), sendo pouco comum a via sexual. Em 80% dos casos, ela cronifica e evolui para cirrose, é a hepatite viral mais comum do Brasil é a maior responsável pelas mortes relacionadas ao tema. Hoje, o tratamento é simples com um comprimido ao dia, por três meses, o paciente pode se curar da Hepatite C”.
Tanto o setor público quanto o particular têm acesso a essas medicações. O SUS fornece o tratamento gratuito a todos os brasileiros que tenham indicação de tratamento para hepatite. Mas, o melhor tratamento é sempre a prevenção. “Hoje temos vacina para hepatite A (duas doses) e hepatite B (três doses) e estão disponíveis para todos. Infelizmente a hepatite C ainda não possui vacina, sendo a não exposição a melhor opção, ou seja, ter seu próprio estojo de manicure, evitar drogas injetáveis e materiais de procedência duvidosa”, finaliza.