Passado o período eleitoral muitas pessoas acreditam que tudo acabou: quem ganhou, ganhou e quem perdeu, perdeu, mas a prática é bem diferente. Os meses que antecedem uma campanha eleitoral trazem muitos desgastes, conforme explica a psicóloga, Mariane Rodrigues Vieira Rossi,
“É muito comum o corpo somatizar sintomas psicológicos após um período de grande desgaste físico, como por exemplo dores musculares pela tensão e nervosismo acumulados, extrema fadiga, sintomas de baixa imunidade e até desarranjos intestinais com o relaxamento do corpo após longo período de esforço para “ficar bem” e “dar conta”. É necessário um olhar atento à saúde e aos sinais que o corpo dá pedindo cuidado”.
A psicóloga deixa claro que durante o trabalho é mais difícil perceber e aprender a lidar com fragilidades, por isso é tão importante o autoconhecimento e preparação antes de um período que será mais intenso. Conhecer nossas vulnerabilidades ensina e dá ferramentas para lidar com elas independente da situação e, isso ajuda muito em momento em que não haverá tempo hábil para se refazer de situação negativas e /ou de tanta tensão. Sabendo antes como agir, tanto o desgaste será menor quanto as decisões serão tomadas com mais facilidade. Para isso, é preciso cuidar do corpo e da mente meses antes do período de grande volume de atividades.
Mariane explica que o preparo da equipe também deve ser voltado para clareza de objetivos e possibilidades e não só observá-los como um grupo
de mão de obra temporária. “Todos ali têm seus motivos para estarem unidos em um objetivo comum, por isso, os cenários devem ser estudados juntos e de forma a não alimentar apenas a vitória, mas sim, possíveis frustrações e necessidades de novos caminhos a seguir”.
A vice-prefeita e vereadora eleita para o próximo mandado, Priscila Yamagami (PP), sabe da importância desses apontamentos que Mariane fez e conta um pouquinho de seu trabalho relacionado ao tema.” A gente sabe da importância do cuidado da saúde emocional, tanto é que foi um dos maiores focos que eu tive, tanto para a equipe da gestão, do prefeito, secretários, como alguns programas específicos de saúde emocional como minha primeira pesquisa de clima organizacional, que a gente ganhou na GPTW. Depois com ampliação de espaços para atendimentos de terapia foi ampliado o programa livre, que é um programa de terapia psicológica, psicoterapia para os servidores”.
Para a vice-prefeita, o ditado: em casa de ferreiro, o espeto é de pau é bem verdadeiro, pois ela fala que está sempre em busca do equilíbrio e que tem bastante dificuldade em lidar com o descanso: “Eu tenho uma superatividade, hiperatividade, estar conectada com o trabalho 24h, mas sempre busquei por equilíbrio da vida pessoal e da vida profissional com uma atividade física”.
Ela acrescenta o quanto é desafiador lidar com essa situação. “Cuidado com a saúde emocional é um desafio, porque é muito difícil, eu tenho muita dificuldade com isso. Em quase 4 anos tive pequenas pausas como parada de Natal, começo do ano e final de semana. Isso compromete até a memória, principalmente depois que eu tive Covid por duas vezes, ainda tenho algumas sequelas”, explica a vereadora eleita.
Conhecer as dificuldades é o primeiro passo para a transformação e, pensando nisto, Priscila quer trazer políticas públicas para esta área: “Tenho algumas ideias a partir da minha vivência na Escola de Governo, em 2019, onde cuidava dos servidores, e agora, começar a trazer esses programas para fora, para o serviço público, para a população. Esse é um grande desejo, inserir a meditação, respiração de atenção plena, tudo isso inspirado pelo Butão, que mede a Felicidade Interna Bruta”.